Céu ? não vejo mais estrelado
São nuvens densas em cima
O inimigo ao lado, dissimulado
que tristezas em mim firma!
Vales negros que vem e que vão
perplexidade, angústia e mais
Tristeza aliada à incompreensão
Lançada nesses dardos fatais!
Um abismo chama outro abismo!
E o fundo nunca é fundo demais
Dores cavalgam a alma num hipismo
de corcéis e cavaleiros infernais!
E a beira de um lago vi Caronte
O barqueiro infernal ansiava
falanges estendidas de pedinte
Moeda grega que alguém portava
Será que eu via mesmo ou imaginava?
Dante, o poeta, diante do estranho ser
Era visão, delírio ou eu sonhava?
Estaria eu vendo e prestes a morrer?
A morrer prestes estamos sempre
A vida com seu fascínio se esvai
As areias do destino irem-se cumpre
E nós com elas no fluir que sempre cai.
Dante falou por metáforas e sinais
Como qualquer bom poeta faria
para que poucos entendam e mais
sejam os homens na sofiofobia.
Estou falando de lendas do medievalismo?
Ou sonhos de alguns meros mortais?
Com letras e signos eu ainda sofismo
Escondendo o sentido de seres boçais?
Não! Não tenho uma tal malícia
já passei dos trinta e ainda inocente
recebo no coração uma falsa carícia
feita por uma mão louca e maldizente.
É que vivemos num mundo estranho
Quase nada é o que é que parece
um olhar verde se revela castanho
E uma flor jaz no túmulo e não fenece.
Há você sabe que reina um homem
Não acima das nuvens, o Eterno,
Mas acima daqueles que gemem
Sob um fardo negro do inferno?
E que este homem tem seu jeito;
De as coisas próprias ordenar
Põe seus servos escravos no eito;
Para a plantação de Deus arruinar?
E fazem isso tudo com muito afinco
dedicando-se a tal mister até a noite
deixando na igreja um grande vinco
E atacando-a logo com o pior açoite.
E seus servos tem muita sutileza,
fazem isso sorrindo e fingindo festa.
Vem vestidos na mais bela "beleza".
Cingidos de diadema nobre a testa.
E sabem simular caráter cristão,
Atacam e açoitam como o diabo
E vem logo pedindo o perdão
Fingindo tristeza, mas é menoscabo.
E se alguém mais sábio o afronta
logo surge um ou outro advogado
Que sem da verdade dar-se conta
Defende da justiça esse malvado.
Mas o Mestre disse que assim seria
Em vários dos seus sermões santos
Que falsos cristos e mestre haveria
E que joio em meio ao trigo, tantos!
Então vamos banir a tristeza e dor,
E esse "poemar " negro e lúgubre.
Pois a igreja ainda é do Senhor
Não há razão para ânimo fúnebre!
Lembrem-se que disse o escritor
que a tristeza salta de alegria
na presença do de bênçãos Feitor,
Ele disse que assim isso seria!
Os homens irão de mal a pior
Enganando e sendo enganados
Mas para nós há algo melhor
Que é louvar e ser abençoados!
"O homem não passa de um caniço, o mais fraco da natureza, mas é um caniço pensante" Blaise Pascal, Pensamentos, artigo VI, 347. Todo material deste blog pode ser reproduzido livremente, desde que sem fins lucrativos e com a indicação da fonte. Alguns textos mais antigos não refletem mais as ideias do autor, mas permanecem como um exemplo da sua própria evolução pessoal.
sábado, 26 de julho de 2008
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