sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Uma reflexão sobre nossa sociedade

Deixando de lado o conflito evolucionista / criacionista, tentemos uma abordagem teórica do declínio da sociedade moderna, em especial da brasileira.
Partimos do pressuposto de que na natureza todas as coisas caminham da ordem para a desordem, da organização para o caos. As sociedades humanas, embora artificiais, evoluem de acordo com esse enunciado geral da natureza.

Sociedades humanas são organizadas por homens. Homens agem de acordo com seus interesses, geralmente imediatos. No cerne dessa busca por organização, o homem tenta satisfazer uma outra lei, ainda que inconsciente disso, que age no seu interior e é a própria base de sua humanidade: A busca pelo "bom", pelo "belo", um aspecto intrínseco e imutável, uma característica humana infundida por Deus no homem. Assim, mesmo o homem ímpio tem em si o anseio pelo bom.
Uma vez que o interesse particular algumas vezes se choca com o coletivo temos o conflito (e o contrato social).O conflito gera uma nova ordem quando o sistema atinge um alto grau de complexidade desabando sobre si mesmo. Vejamos: ordem natural - complexidade-ordem artificial-ruptura-caos-nova ordem.

A natureza evolui de uma ordem natural, no princípio de tudo, para o caos final. Essa mudança, na natureza, é linear. As sociedades humanas evoluem dentro da ordem natural ou da natureza de forma cíclica (pelo menos até a sociedade final, porque esses ciclos não poderão sobreviver à ordem maior). O que determina a falência dos sistemas humanos é o seu alto grau de complexidade. Quanto mais complexo for um sistema maior a possibilidade de surgirem falhas. Junte falha a falha e temos a ruptura.

Agora tente aplicar isso à nossa sociedade mundial ou a qualquer sistema humano e deduza o resto. Nossos sistemas são altamente complexos (democracia, capitalismo, economia, organização jurídica, política, etc) essa complexidade existe porque houve anteriormente conflitos em torno de interesses. Interesses particulares de determinados grupos que detinham o poder.

Quem determinou a forma de organização foram esses grupos que detinham o poder, como eram minoria e dependiam da massa tiveram que fazer algumas concessões (ainda que aparentes).

A população da terra não é estável, pessoas morrem e nascem todos os dias. Daí que nem sempre quem age usufrui os efeitos, senão parte deles, estamos sempre construindo um mundo que recebemos de outros para alguém no futuro.Esse alguém pode ser nosso filho.
O Brasil (e o mundo todo) tem passado pelos problemas que todos conhecem porque seus sistemas alcançaram o mais alto grau de complexidade possível (não confunda complexidade com modernidade, tecnologia; o termo se refere a muitas partes). Complexidade alta gera muitos caminhos para falhas (toda quebra do sistema), falhas geram um efeito dominó que leva ao conflito generalizado e conseqüentemente à ruptura total. Corrupção e outras mazelas atuam nas falhas do sistema, se o sistema não for realinhado a ruptura será inevitável. Esta virá na forma de uma grave crise econômica ou mesmo ao caos e anarquia.
A civilização como um todo corre para isso, vivemos uma ordem "nova" desde o fim da idade média (com pequenas variações no tempo). Essa ordem caminhará para uma democracia mundial, uma ditadura mundial e a ruptura final...
Vejam que o perigo é iminente e que é impossível escapar dele. Mais cedo ou mais tarde alcançará a todos nós, o sistema caminhará para a ruptura.

Não existe solução definitiva, o que pode ser feito é sanar o que se puder dessas falhas do sistema e legar a ruptura para alguma geração futura. Lembre-se que nessas falhas do sistema é que atuam os elementos "contra-producentes" de nossa sociedade.

Ruptura, conflito ou até revolução não gera necessariamente uma ordem melhor, na maioria das vezes até pior! Portanto, mesmo que a perspectiva seja ruim, algo deve ser feito. Desistir ou conformar-se só vai nos levar à destruição. Essa mudança só pode ser feita com união. O sistema está no limite com sua forma arcaica e ineficiente. Essa é uma das rachaduras no domo do
Estado. As outras estão aí evidentes e temos que evitá-las, principalmente a corrupção que tantos males causa.Isso só se consegue quando se tem ideal firme. Vozes podem ser caladas, mas ideais permanecem para sempre porque são as expressões máximas da busca pelo "belo", pelo "bem".
“A JUSTIÇA É A BASE DA SOCIEDADE” ·
Aristóteles; em "A Política"

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