terça-feira, 22 de janeiro de 2008

O Demônio de Sócrates Na História Mundial I

Esse texto é o fruto de algumas reflexões em momentos de serenidade, o assunto é complexo, mas interessante. Tudo bem, é um pouco sensacionalista mesmo, é o tipo de coisa para quem gosta de teoria conspiratórias. Aqueles que estão familiarizados com os assuntos que trarei dirão certamente que forcei os fatos, talvez tenham razão. Para evitar discussões inúteis vou logo dizendo à guisa de justificação: Considere especulação o que passo a narrar, mas não deixe de pesar o que digo, Talvez eu esteja certo (embora nem eu esteja certo de tudo isso).
O Demônio de Sócrates na história do Pensamento Ocidental
Talvez nenhum nome tenha maior peso que o de Sócrates. Na sua época ele foi aclamado pelo Oráculo de Delfos (Apolo) como o homem mais sábio do mundo. É famosa a sua frase "Só sei que nada sei" ou uma outra atribuída a ele e que foi afixada no frontispício do Oráculo Delfiano "Conhece-te a ti mesmo". Devido a opiniões muito pessoais em relação às questões religiosas de seu tempo (século 4 a.C.) principalmente a sua conceituação do deuses, o que foi considerada como ateísmo. Condenado pelos juízes de Atenas foi obrigado a tomar veneno (cicuta) e morreu. Conhecemos Sócrates pelo que deixaram seus discípulos, principalmente Platão (Aristócles) que fez de Sócrates o personagem principal de seus diálogos, pelo que não podemos afirmar com certeza se aquela filosofia era platônica ou socrática.Em muitos dos diálogos de Platão os momentos de maior genialidade de Sócrates acontecem quando ele tem uma "possessão" temporária, uma espécie de transe mediúnico, em que ele dizia-se inspirado por um daimóniom, um demônio!

Na Apolôgia de Sócrates é dito:
"Vós tendes frequentemente e em todo o lado ouvido dizer que um signo divino e demoníaco se manifesta em mim, aquilo que Meleto fez escárnio um dos seus objectivos principais de acusação. Isso começou desde a minha infância; é uma especíe de voz que, quando se faz ouvir, me desvia sempre do que me proponho fazer, mas nunca me incita a isso. É ela que se opõe a que eu me ocupe da política, e creio que é de uma extrema felicidade para mim que ela me desvie disso. No Fedro ele diz:"caro amigo! Quando quis atravessar o regato despertou em mim o "daimónion" e manifestou-se o sinal costumeiro. Ele sempre me impede de fazer o que desejo. Pareceu-me ouvir uma vóz que vinha cá de dentro(...)"
Talvez o amigo não esteja entendendo onde eu quero chegar, pois bem, claro. Sócrates admite que um demônio lhe acompanhava desde pequeno e que esse demônio o inspirava no ensino de suas doutrinas.O conceito de "inspiração divina" já era comum entre os gregos antes de Cristo, eles acreditavam que os deuses falavam através de certas pessoas: profetas, poetas, etc.A Iliáda, poema épico creditado a Homero inicia com uma invocação à deusa:"Canta-me a ira, ó deusa, funesta de Aquiles pelida(...)"A Odisséia, outro poema épico atribuído a Homero também começa com a invocação:"Musa, reconta-me os feitos do herói astucioso"As musas eram deusas associadas às artes. Homero realmente acreditava estar sendo inspirado pela musa.Lembremos Dt 32:16-17:"Com deuses estranhos o provocaram a zelos; com abominações o irritaram.Sacrifícios ofereceram aos demônios, não a Deus; aos deuses que não conheceram, novos deuses que vieram há pouco, dos quais não se estremeceram os vossos pais".Voltemos a Sócrates.
Temos um ponto inicial: Sócrates era inspirado por um demônio. Dêmos mais um passo e vejamos qual o principal desses ensinos.O principal conceito ensinado por Sócrates era a oposição do mundo material ou sensível e o mundo das ideias.O mundo das ideias seria um local além da realidade física em que habitaria a perfeição. O mundo sensível seria uma imitação daquele, sendo imitação seria, portanto, imperfeito. O mundo sensível estaria numa relação de mímesis (imitação) com o mundo das ideias. Essa doutrina é exemplificada no "Mito da Caverna" que é descrito no livro sétimo da República e é muito popular.Socrátes acreditava também na imortalidade da alma a na metempsicose ou transmigração da alma, reencarnação. De certa forma ele acreditava que o conceito ideal na sua passagem do mundo das ideias para o mundo sensível cairia no material, perdendo assim suas características de perfeição. Para Sócrates, o corpo sendo material seria uma prisão da alma. Guardem essa frase, ela será fundamental para entender os conceitos de ascese posteriormente. A filosofia não iniciou-se em Sócrates, mas foi a partir de sua ideias que todo o ramo ocidental de formulação do pensamento científico e religioso evoluiu.Sócrates recebeu "inspiração" de várias fontes, ou melhor, ele foi depositário de uma tradição que passava por Pitágoras (que fundou uma sociedade secreta mística) e remetia ao Egito e mais longe à Mesopôtamia.Existiam várias escolas de pensamento filosófico, mas apenas o ramos socrático sobreviveu. Ele dividiu-se em dois outros ramos: o Platônico e o Aristotélico. Os diálogos de Platão apresentam a doutrina numa forma de idealização, quem lê a República percebe a tentativa de criar um modelo utópico de governo, ideal. Aristóteles foi o modelo de cientista completo, que sistematizou praticamente todo o conhecimento de seu tempo, presava pelo material. Nesses dois ramos vemos a oposição mundo sensível e mundo ideal.
Toda a filosofia posterior pairou em torno desses conceitos, ora negando, ora confirmando.

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