Filosofia
A filosofia redescobriu os originais (Renascimento), até então o pensamento era dominado pela Escolástica, modelo medieval de pensamento baseado nas proposições de Aristóteles.
Descartes (1596- 1650) lança as bases do que seria a filosofia moderna. Nós o conhecemos pelo modelo de Coordenadas Cartesianas, aquela tabelinha em forma de cruz. Não por acaso temos duas linhas ali representadas por x e y, uma horizontal (simbolizando o mundo sensível) e outra vertical ( mundo das idéias). O plano cartesiano espressa uma função, é uma forma original de fazer um gráfico. O gráfico é a imagem da função em sua relação com x,y.Descartes também ressucitou o conceito de motor universal para Deus.
Descartes não falou de Deus?
(...)que as coisas por nós concebidas muito clara e distintamente são todas verdadeiras só é certo porque Deus é ou existe(...)" Discurso do Método, Quarta Parte.
Mas não é conceito de Deus como revelado nas Escrituras. O sistema Cartesiano é dualístico, isto é, crê em dois princípios ou entidades separadas, o corpo e o espírito. Isto seve de base para os dois modelos de teorias filosóficas divergentes dos tempos modernos, o materialismo e o idealismo. Esses dois sistemas interpretaram de forma diversa a máxima Cogito, ergo sum (penso, logo existo). Tomas Huxley, materialista, sustentava que o o espirito é parte do corpo e que, portanto, a mecânica é uma das rodas da máquina, ele escreveu: "Sustento, com Descartes, que o corpo humano, como todos os corpos vivos é uma máquina, cujas operações (físicas e mentais) serão mais cedo ou mais tarde explicadas pelos princípios mecânicos". Os idealistas ao contrário dizem que o corpo é parte do espírito. Berkeley, por exemplo, nega a existência da matéria:
"Nenhum objeto existe fora do espírito que o percebe (...) Digo que existem a mesa em que escrevo, porque a vejo, porque a sinto (...) sua própria existência depende de serem percebidas. O mundo, portanto não tem corpo."
Adaptação da introdução do livro "Discurso do Método", editora Martin Claret, parte II.
É a síntese de que antes falei. Com certeza se olharmos com mais atenção outros sistemas filosóficos, políticos, científicos e religiosos perceberemos esse dualismo milenar.
Depois disso a filosofia foi uma tal de nega/ confirma iso que não teve mais fim.
Em 1667 Spinoza lançou a sua Ética Demonstrada À Maneira dos Geómetras, nesse sistema Deus não era mais o motor, Ele era o próprio mundo! Spinoza era panteísta. No fim da cadeia ainda estava o homem, mas o ideal se transplantara para o sensível! De novo a síntese. Lembrem que Einstein afirmou que acreditava no deus de Spinoza, e isso pesa muito. Com o advento do Humanismo, Deus "deixou" de ser o centro e este foi ocupado pelo homem (lembram de Eva?). Rousseau criou o conceito de Contrato Social para explicar o sociedade e cunhou o termo "Bom Selvagem" para exemplificar o homem como bom integrado ao natural. Esse conceito influenciou até nossa literatura no Romantismo, cuja obra emblemática é O Guarani onde o protagonista Peri é o exemplo máximo do bom selvagem, não é por acaso isso. Isso aponta para o desejo intrínseco de retornar ao Édem Natural. Satanás não usa a mentira pura, ele a mistura com um pouco de verdade paraque atinja seus objetivos, tudo isso tem "cara de verdade", mas é só a cara.
Logo Hegel ressuscitou o conceito das ideias, agora com uma formulação mais cerebral, não era uma mundo real, mas conceitos que se transpunham para a realidade.Não esqueça que nesse meio tempo a mecânica celestial mudou, Newton formulou as suas leis da gravitação universal, o humanismo rompeu com força na revolução francesa, etc.
No Século XIX assistimos o surgimento de três ideias ou teorias importantes. Primeiro Darwin lançou o seu "Origem das Espécies" que é a negação prática de qualquer idealismo. Com base no postulado da Seleção natural Marx e Engels criaram o seu conceito de Luta de classes. Interessante é que para afirmar o materialismo dialético, Marx, fez uma crítica feroz ao Idealismo de Hegel. Você pode ler isso no livro "Idealismo Alemão". O Comunismo pregado por Marx representa o mundo sensível em oposição ao mundo ideal . Nesse sentido temos a Antítese, por outro lado, o comunismo materialista de Marx era a consequência lógica das teorias de Darwin e de Rousseau. Porém esse comunismo nunca existiu na face da terra. O comunismo de Marx (existiam outros) pregava o fim da propriedade privada com a tomada dos meios de produção pelo Estado, o desenvolvimento do comunismo e finalmente o fim do Estado, o que era a Utopia Plena e um retorno ao material. Isso nos liga de novo a Platão com sua república utópica. Esse utopismo materialista não existiu porque os estados que adotaram o comunismo ficaram pelo totalitarismo sem dar o próximo passo. O que se viu na Rússia não foi o comunismo marxista e sim um estado totalitarista leninista-stalinista, Cuba é Fidelista e a China FOI Maoísta, agora ela está em fase de síntese com o capitalismo. Outro pensador do século XIX foi Nietzsche, ele lutou ferozmente contra o cristianismo, criou o conceito do Super-Homem (o homem superado) e do Eterno Retorno. O cristianismo é para ele uma anti-natureza porque prega a abstinência do que para Nietzsche é natural, portanto ele quer um retorno ao natural do homem ao mesmo tempo em que prega a superação do homem, de novo a síntese ideia/sensível. Ele também falou do eterno retorno. De certa forma nada é novo, com certa regularidade a história tem se repetido em eventos diferentes, é um certo ciclismo onde conceitos retornam com cara nova e causam uma revolução total.
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